“Em 2025 estamos mirando a meta zero”, afirmou a ministra, lembrando que o governo age com responsabilidade fiscal e compromisso social.
Diante desse cenário, explicou a ministra, o governo está intensificando a agenda de revisão de gastos com o objetivo de requalificar o gasto. A agenda de revisão, disse ela, tem como foco a qualidade do gasto publico e não visa buscar recursos para fazer superávit. “Como consequência da qualidade, podemos ter impacto em economia de despesas, mas o objetivo é a maior eficiência e a manutenção de boas políticas públicas”, ponderou. A avaliação das políticas públicas e a revisão do gasto, insistiu, a ministra “é para remanejar esse recurso” e garantir que “enquanto nós tivermos 13 milhões de pessoas na linha da miséria, teremos recursos para fazer políticas públicas prioritárias”.
Tebet explicou que a agenda de revisão de gastos possui três eixos. O primeiro, chamado de vertical, começou em 2023, quando a revisão do cadastro do Bolsa Família permitiu uma economia de R$ 9 bilhões mesmo com a ampliação do número de famílias beneficiadas. Em 2024, esse eixo está concentrado em benefícios operacionalizados pelo INSS e no Proagro. A análise dos dados do INSS já resultou em sugestões de melhora do fluxo de análise e concessão, que podem resultar em uma economia anual de R$ 9 bilhões, e a revisão de metodologias do Proagro resultaram em estimativa de redução de R$ 1 bilhão nas despesas com esse programa.
O Eixo 2 se concentra na revisão de subsídios da União, e junta parte do trabalho que está sendo feito no Ministério da Fazenda com 31 avaliações já feitas no âmbito do Comitê de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas (Cmap). O Eixo 3, chamado de modernização de vinculações, é uma agenda ainda em elaboração.
Questionada pelo deputado Cláudio Cajado (PP/BA), Tebet defendeu que a política de valorização real do salário mínimo é a principal política social do país e defendeu que a aposentadoria pelo salário mínimo deve continuar sendo corrigida pela mesma regra do mínimo. “Mexer nos valores das aposentarias é um equívoco”, afirmou a ministra do Planejamento e Orçamento.
Com relação a vinculação de outros benefícios previdenciários, ela informou que o Ministério está se debruçando sobre os dados para analisar seu impacto ao longo do tempo e vai apresentar essas conclusões dentro do governo para que as decisões sejam tomadas e, posteriormente, levadas ao Congresso Nacional. “Mas não há, ainda, nenhuma decisão de desvincular benefícios”, esclareceu.