Iniciativas incluem mesas, exibições de filmes, debates e atividades artísticas.
A Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), marca presença na 23ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), o maior encontro literário do país, com uma programação potente e diversa que reafirma seu compromisso com a memória literária brasileira, os debates contemporâneos sobre democracia e justiça social, e a ampliação do acesso aos acervos culturais. De 31 de julho a 2 de agosto, mesas, exibições de filmes, debates e atividades artísticas ocupam espaços como a Casa da Favela, a Casa da Cultura, Casa MinC e o Auditório Areal, promovendo encontros entre literatura, política e memória.
A programação parte do diálogo entre o homenageado Paulo Leminski — poeta que uniu lirismo e crítica com originalidade singular — e autores preservados no Arquivo-Museu de Literatura Brasileira da FCRB, como Cacaso, Caio Fernando Abreu e Antônio Fraga. Também compõe esse circuito de pensamento e resistência a obra de Abdias Nascimento, por meio de uma leitura comentada de seu Teatro Experimental do Negro.
O presidente da FCRB, Alexandre Santini, destaca a importância de levar a Casa Rui Barbosa para o maior encontro literário do país:
“A Flip é um dos espaços mais importantes para articular literatura, pensamento e diversidade cultural no Brasil. A presença da Fundação reforça nosso compromisso com a valorização dos arquivos literários e o debate público sobre memória e cultura, além de contribuir para democratizar e ampliar a visibilidade dos nossos acervos. Este é o segundo ano que levamos uma programação da Casa Rui para a Flip, baseada na experiência do Arquivo-Museu da Literatura Brasileira. Vamos também aprofundar a discussão sobre acervos comunitários, com um diálogo especial com o homenageado Leminski. A Casa Rui Barbosa tem um papel fundamental como arquivo da literatura e memória, e essa presença constante na Flip é um legado desta gestão. Destaco ainda a parceria com o Programa Educativo da Flip, que fortalece a troca entre as instituições.”
Na quinta-feira (31/07), às 12h, no Auditório Areal, acontece a mesa Abrigos e Desabrigos da Literatura Marginal: Leminski em Diálogo com os Arquivos de Cacaso, Caio Fernando Abreu e Antônio Fraga. O encontro reúne Maria Célia Barbosa Reis da Silva, Ramon Nunes Mello, Tarso de Melo e Mariano Marovatto, com mediação de Maria de Andrade, chefe do Arquivo-Museu de Literatura Brasileira da FCRB. A proposta é explorar, a partir de arquivos e percursos biográficos, como esses autores mobilizaram a linguagem poética como forma de resistência, reflexão e abrigo simbólico.
Dando sequência à programação, às 14h, a mesa Cultura e Democracia: MinC 40 anos, na Casa do Ministério da Cultura (sede do Iphan em Paraty), reúne dirigentes do MinC para uma celebração da cultura como pilar da vida democrática. Finalizando o dia, também na Casa MinC, será exibido às 20h, o curta-documentário Assaltaram a Gramática (1984), da cineasta Ana Maria Magalhães, que irá compor a mesa do Cineclube Literário, acompanhada de Áurea Leminski, Fabiano Piúba e Jackson Raymundo. A mediação será de Maria de Andrade.
Na sexta-feira (01/08), às 16h, na Casa da Favela, o Cineclube Literário apresenta novamente o curta Assaltaram a Gramática (1984), de Ana Maria Magalhães. Na sequência, às 18h na Casa MinC, o longa Azyllo Muito Louco (1969), de Nelson Pereira dos Santos, inspirado em O Alienista, de Machado de Assis será exibido. Tom Farias e Ana Maria Magalhães comentam os filmes, destacando os encontros entre palavra, imagem e contexto histórico.
Ainda na sexta-feira, às 19h, na Praça Areal, acontece a sessão de curtas MovCeus: Homenagem ao Centenário de Fernando Sabino”, com Bernardo Sabino e Humberto Werneck. O encontro abordará os curtas produzidos por Fernando Sabino, em meados dos anos 1970, sobre escritores brasileiros como Carlos Drummond de Andrade, Jorge Amado, Erico Verissimo, entre outros.
Encerrando o dia da Casa Rui na Flip, às 21h, no Auditório Areal, a mesa Distraídos Venceremos?: o Tempo Leminski, da Ditadura aos Desafios Atuais da Democracia reúne Chico Alencar, Jandira Feghali, Alexandre Santini, Ivana Bentes e Ana Maria Magalhães, com participação artística de Rodrigo de Odé. A mediação será de André Fernandes. O encontro — realizado em parceria com a Casa da Favela — convida o público a refletir sobre política, arte e ativismo a partir da obra poética de Leminski, evocando a distração como forma de reinvenção e sobrevivência.
No sábado (02/08), às 10h, na Casa da Cultura, será realizada a mesa Perspectivas Antirracistas na Formação de Acervos Culturais Públicos, com a escritora Conceição Evaristo, a ex-diretora do Museu dos Povos Indígenas, Fernanda Kaingáng, o presidente da FCRB, Alexandre Santini, a diretora do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afrobrasileiro da Fundação Cultural Palmares, Fernanda Thomaz e a historiadora Marize Conceição. Mediado pelo roteirista e escritor Tom Farias, o debate abordará como práticas antirracistas podem transformar a constituição e curadoria dos acervos públicos no país, promovendo reparação histórica e valorização da diversidade.
Finalizando as atividades promovidas em parceria pelo Ministério da Cultura na Casa MinC, às 15h, Alexandre Santini, Márcio Tavares, secretário-executivo do MinC; Lucas Padilha, Secretário Municipal de Cultura do Rio de Janeiro; Jackson Raymundo, diretor de Documentação Histórica da Presidência da República e Maria de Andrade, chefe do Arquivo-Museu de Literatura Brasileira da FCRB, se encontram para a mesa Casa de Rui Barbosa: Cultura, Literatura e Memória na Capital Mundial do Livro. O objetivo é apresentar as ações da Fundação Casa de Rui Barbosa em torno da preservação da memória, da valorização da literatura e da promoção da cultura.
Encerrando a programação da FCRB na Flip, a Casa da Favela recebe, no sábado, às 16h, a atividade Memória, Coração do Futuro: Leituras Comentadas do Teatro Experimental do Negro. Com leituras encenadas de Rodrigo de Odé, comentários de Elisa Larkin e Marize Conceição e mediação de Andressa Marques, o encontro revisita a dramaturgia do movimento fundado por Abdias Nascimento, destacando sua atualidade e potência transformadora.
A participação da Fundação Casa de Rui Barbosa na Flip reafirma seu compromisso com o debate público, a valorização dos arquivos literários e o fortalecimento de políticas culturais voltadas à diversidade, à memória e à justiça social.
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Fonte: Ministério da Cultura