“Ainfraestrutura necessária no século XXI é a Infraestrutura Nacional de Dados [IND]. Todos os países do mundo estão enfrentando essa discussão. Não será autônomo, não será soberano, não conseguirá exercer nenhuma política pública, e não conseguirá existir como sociedade no século XXI, um país ou uma sociedade que não tiver controle sobre os seus dados”, ressaltou o presidente da Dataprev, Rodrigo Assumpção, nesta terça-feira (29), durante o painel ‘Empresas Públicas do Futuro’, no evento Smart Gov ANCITI. O debate contou com a participação de outros gestores de órgãos públicos e lideranças no setor de tecnologia.
“Resolver o processo a partir de decisões baseadas em dados. A partir daí, montar um sistema de preferência no-code, low-code e, com isso, deixamos de ser a empresa de processamento de dados e viramos empresa de dados. Essa é a visão de empresa pública do futuro”, explicou o executivo ao reforçar que, em um sistema de análise de dados, os gestores podem tomar decisões baseadas nos dados.
Assumpção exemplificou que os dados dos cidadãos são capturados em todas as áreas e a análise dessas informações aliadas a outros dados, a exemplo dos climáticos, pode considerar o futuro de um determinado cenário. “Com geolocalização do que está sendo plantado, regulação da plantadeira e o insumo agrícola utilizado, juntando com os dados climáticos, um ano antes da safra já seria possível especular o preço dos grãos. A mesma coisa acontece nas áreas de farmácias, ciências de materiais, mineração e industrial”.
A secretária Adjunta de Governo Digital do MGI, Luanna Roncaratti, que representou a ministra Esther Dweck, na ocasião, também reforçou o uso estratégico dos dados durante a sua fala na solenidade de abertura do evento. “A próxima fronteira de melhoria dos serviços públicos passa, necessariamente, por termos os dados que a gente precisa organizar, garantir que tenham mais qualidade e colocar à disposição das políticas públicas e da nossa população. Estamos trabalhando com o conceito importante de Infraestrutura Nacional de Dados [IND]”.
Neste contexto, o MGI lançou, na última semana, uma consulta pública sobre a criação da Política de Governança e Compartilhamento de Dados. A proposta tem o objetivo de fazer com que as políticas e os serviços públicos sejam orientados pelo uso estratégico dos dados. Uma das novidades é a criação do papel de Executivo de Dados nas estruturas dos órgãos e entidades federais. Os interessados em participar podem encaminhar suas sugestões até o dia 7 de agosto pela plataforma Brasil Participativo.
Nuvem de Governo
O uso estratégico da Nuvem de Governo também foi uma questão levantada no debate. Assumpção reforçou que a Dataprev está trazendo serviços multinuvem com diferentes equipamentos e configurações.
O executivo também pontuou o processo contínuo de aprimoramento da empresa. “Os próximos passos significam que toda a infraestrutura operacional, que está baseada principalmente na virtualização, em camadas de todo tipo de software, está sendo agregada e estamos numa jornada gigantesca de trazer os nossos sistemas para dentro da nuvem”.
O painel contou ainda com a participação de representantes do Sebrae, Serpro, dos presidentes da ABDI e Telebrás, com a mediação da CEO da plataforma Connected Smart Cities, Paula Faria. Na oportunidade, os gestores compartilharam as suas visões de futuro nos segmentos das empresas e organizações em que atuam.
O ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, também esteve presente na abertura do evento.
Governo Digital
Fonte: Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos
Secretária Adjunta de Governo Digital Luanna Roncaratti. Foto: Dataprev
Luanna citou que, atualmente, a população já tem mais de 5 mil serviços públicos digitais à disposição e 170 milhões de pessoas acessam os serviços digitais do Governo Federal, por meio da plataforma Gov.br.
“O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos [MGI] tem a missão essencial de garantir que o Estado e as políticas públicas sejam devidamente executadas para nossa população. Que possamos alcançar a população da forma mais rápida e efetiva, para garantir seus direitos. A gente também reconhece o papel das tecnologias na promoção do cuidado e na execução das políticas públicas. E o Ministério vai trabalhar muito para que plataformas, infraestruturas e comunidades digitais estejam à disposição da nossa população, do Estado e dos municípios”, destacou a secretária.
A Carteira de Identidade Nacional (CIN) e o Contrato Mais Brasil também foram iniciativas de destaque mencionadas por Luanna Roncaratti. “É a forma como o Estado identifica as pessoas, gerando todo um movimento muito positivo também para a economia e sociedade. Traz mais facilidade para as pessoas se identificarem, mais validade também no processo de identificação. A nova carteira junta o componente físico e digital, com todo um potencial de uso de dados e maior governança sobre os dados das pessoas”.
Smart Gov ANCITI
Promovido pela Associação Nacional das Cidades Inteligentes, Tecnológicas e Inovadoras (ANCITI), o Smart Gov ANCITI ocorre nos dias 29 e 30 de julho, em Brasília-DF. O encontro reúne gestores públicos, especialistas em inteligência artificial, representantes de entidades municipais e lideranças do setor.
Fonte: Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos
