Orzil News
Brasília, July 7, 2025 9:43 PM

CPNU2: Novas carreiras transversais ampliam atuação do Estado com foco em desenvolvimento socioeconômico e justiça, segurança e defesa

  • #orzil
  • #noticias
  • #politicas_publicas
  • #mgi
  • #ministerio_da_gestao
  • #seguranca_publica
  • #administracao_publica_federal
  • #concurso_nacional_unificado
  • #analista_tecnico
  • #servico_publico_federal
  • #desenvolvimento_socioeconomico
  • #justica_e_seguranca
  • #reforma_administrativa
  • #carreira_transversal
  • #economia_do_desenvolvimento
  • #formacao_de_analistas
  • #investigacao_social
  • #justica_e_defesa
  • #modernizacao_do_estado
  • #novas_carreiras
  • #planejamento_e_avaliacao
  • #politicas_de_defesa
  • #politicas_de_justica
  • #portaria_4964_2025
  • #remuneracao_dos_servidores
Publicado em: 07/07/2025 14:07

Segundo Concurso Público Nacional Unificado trará 500 vagas para analistas que poderão atuar em diferentes ministérios, com áreas de formação diversas.

O governo federal, por meio da segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), irá inaugurar duas novas carreiras transversais na administração pública federal: Analista Técnico de Desenvolvimento Socioeconômico e Analista Técnico de Justiça e Defesa. Ao todo, serão ofertadas 500 vagas — sendo 250 para cada carreira —, ambas sob a gestão do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), mas com atuação em diferentes órgãos.

As novas carreiras terão campos temáticos definidos, com possibilidade de atuação em diferentes órgãos da Administração Pública Federal. As pessoas candidatas interessadas em ingressar como analistas técnicos de Desenvolvimento Socioeconômico ou de Justiça e Defesa podem ter qualquer área de formação, desde que atendam aos critérios definidos no edital.

Confira, a seguir, informações mais detalhadas sobre cada uma das novas oportunidades:

Analista Técnico de Desenvolvimento Socioeconômico – Essa carreira nasce com o objetivo de fortalecer a formulação, a execução e a avaliação de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento econômico, regional, urbano e rural, considerando aspectos sociais e sustentáveis. “As pessoas desta carreira irão contribuir para que a atuação do Estado nos diferentes setores tenha um olhar para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil”, explicou a secretária-executiva do MGI, Cristina Kiomi Mori.

Os novos profissionais aprovados pelo CPNU2 poderão atuar em órgãos como o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério do Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o Ministério do Turismo (MTUR), o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), o Ministério das Cidades (MCidades), o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), o Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), o Ministério da Fazenda (MF),  entre outros. A proposta é qualificar os debates sobre desenvolvimento nacional, oferecendo suporte técnico profissionalizado a políticas que promovam geração de riqueza, inclusão produtiva e desenvolvimento local.

Mesmo com foco em desenvolvimento econômico, essa carreira não se confunde com as carreiras da área fazendária, como as ligadas à Receita Federal ou ao Tesouro Nacional, nem com os Analistas de Planejamento e Orçamento (APOs).

De acordo com a secretária, nesse novo modelo, a experiência, a especialização ou a formação complementar podem qualificar profissionais de diversas áreas para a atuação em assessorias econômicas, secretarias finalísticas, unidades de planejamento e avaliação de políticas públicas e projetos de investimento.

Espera-se atrair pessoas candidatas com um perfil profissional que apresente conhecimento, capacidade crítico-analítica e visão estratégica sobre as possibilidades e complexidades do desenvolvimento socioeconômico brasileiro e da inserção do país no sistema global. A familiaridade com o manejo de informações quantitativas e qualitativas sobre desenvolvimento, a análise e realização de estudos de impacto, a realização de projeções econômicas e de cenários e a construção de mecanismos de fomento público são desejáveis. Espera-se profissionais com perfil formativo de diversas áreas de conhecimento, em especial, das ciências sociais aplicadas, como economia, planejamento urbano e regional, serviço social, e das ciências humanas, como geografia, história e ciência política, entre outras correlatas.

Analista Técnico de Justiça e Defesa – Já a carreira de Analista Técnico de Justiça e Defesa busca suprir uma lacuna histórica na presença de civis nos ministérios da área. Atualmente, a maior parte do quadro técnico do Ministério da Defesa (MD), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) é composta por militares ou agentes cedidos. Além desses Ministérios, esses novos profissionais também poderão compor a força de trabalho de outros órgãos que possuem interface com as políticas de justiça e defesa, como Ministério do Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), o Ministério da Ciência, da Tecnologia e da Inovação (MCTI) e o Ministério das Minas e Energia (MME).

A nova carreira irá oferecer uma base estável e qualificada de servidores civis capazes de contribuir no planejamento, na coordenação, na implementação e na supervisão de políticas de defesa, segurança institucional, segurança pública, e justiça, como a proteção ao consumidor, direitos digitais, acesso à justiça e garantia de direitos a migrantes e refugiados.

“Hoje uma das principais preocupações dos brasileiros e brasileiras é a questão da segurança pública. Essa nova carreira irá contribuir para dotar os órgãos de profissionais qualificados, com um olhar que equilibra diferentes dimensões da política pública”, destacou Cristina Mori.

Espera-se atrair profissionais com perfil formativo de diversas áreas de conhecimento, em especial, Administração, Ciências Sociais, Ciência de Dados, Defesa e Gestão Estratégica Internacional, Direito, Economia, Estatística, Gestão de Políticas Públicas, Relações Internacionais, Segurança Pública e áreas correlatas.

Recentemente, o MGI publicou a Portaria nº 4.964/2025, que institui a investigação social e funcional como etapa obrigatória dos concursos para o cargo de Analista Técnico de Justiça e Defesa. O objetivo é verificar a idoneidade moral e a conduta ilibada dos candidatos, por meio da análise da vida pregressa e atual nos âmbitos social, funcional, civil e criminal.

A medida segue critérios semelhantes aos adotados em carreiras da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e da Polícia Federal (PF), e reforça o rigor no acesso a funções estratégicas com alta sensibilidade institucional. “Essa medida já vai ser incorporada ao CPNU2”, explicou a secretária.

Transversalidade

Tanto os analistas técnicos de Desenvolvimento Socioeconômico quanto os de Justiça e Defesa integrarão um conjunto de carreiras transversais da Administração Pública Federal, ou seja, com possibilidade de atuar em diversos ministérios ao longo de sua trajetória profissional, compartilhando conhecimentos e práticas entre áreas distintas da Administração.

De acordo com Cristina Mori, a intenção é ampliar a capacidade do Estado de formular políticas mais integradas. “Especialmente em temas complexos, como o desenvolvimento industrial da saúde, as políticas de inovação ou a reindustrialização sustentável”, afirmou.

Quando forem tomar posse, os analistas serão alocados com base em critérios como afinidade entre competências e atribuições, demanda por força de trabalho e maturidade institucional dos órgãos.

Estrutura remuneratória e criação

As novas carreiras terão remuneração e progressão equivalentes às da carreira de Analista Técnico de Políticas Sociais (ATPS), formando um núcleo de carreiras transversais setoriais com lógica comum. A previsão é que essa estrutura traga mais equidade e racionalidade ao sistema de carreiras federal. A remuneração inicia em R$ 9.711,00, chegando a R$ 21.070,00, no último nível da carreira.

A criação dessas carreiras atende a diretrizes da Portaria MGI nº 1.735, de 26 de dezembro de 2023, que estabelece princípios para a modernização do sistema de carreiras, com foco em transversalidade, flexibilidade, especialização e inovação.

A proposta também se insere na estratégia de transformação do Estado, voltada à racionalização da força de trabalho, ao fortalecimento de capacidades institucionais e à substituição de estruturas consideradas obsoletas por modelos mais aderentes às novas demandas sociais.