No evento, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, ressaltou o trabalho integrado entre governos federal e estadual junto com a iniciativa privada para a realização da obra, que atraiu R$ 6,8 bilhões de investimentos.
“Estamos unidos para viabilizar essa grande causa. Os opostos, quando convergem, é possível fazer, não apenas um túnel, mas fortalecer o nosso país. Vamos à obra”, ressaltou o ministro ao celebrar a viabilização do túnel Santos-Guarujá.
Alckmin relembrou que, em 2011, quando era governador de São Paulo, mudou o projeto de ponte para o túnel, após ouvir especialistas. “Nós fomos ouvir a engenharia, ouvir especialistas, ouvir os portuários, e a conclusão foi que a ponte poderia ser um grande limitador ao porto crescendo e com navios cada vez maiores”, detalhou. Com base nesses pareceres, o governo estadual avançou com o projeto executivo e o licenciamento ambiental para o túnel submerso, que agora se torna realidade.
Alckmin destacou, ainda, que a construção do túnel só será possível porque a Autoridade Portuária se manteve pública, viabilizando a parceria público-privada (PPP) para construir e operar o túnel.
“Só estamos aqui porque o porto não foi privatizado, porque estava no programa de privatização. E o que está viabilizando é a autoridade portuária, por parceria público-privada, de PPP, para construir e operar, por 30 anos. Um túnel que vai passar pedestre, bicicleta, moto, carro, ônibus, caminhão, VLT, que nós fizemos, vai chegar no Guarujá. Então, estratégico”, avaliou.
O túnel Santos-Guarujá promete transformar a mobilidade da Baixada Santista. A ligação fixa entre as duas cidades reduzirá o tempo de travessia para apenas dois minutos. Hoje, a travessia de balsa leva em média 18 minutos – sem contar filas e atrasos –, enquanto pela estrada o percurso pode chegar a uma hora para completar os 40 quilômetros.
Janela de Oportunidades
“O sucesso desse leilão mostra a confiança dos investidores no Brasil, que se apresenta como uma importante janela de oportunidades, pela segurança jurídica, pela robusta carteira de projetos e pelas opções de crédito existentes no País”, ressaltou o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, lembrando que ainda neste ano a pasta realizará outros leilões, que vão somar investimentos de cerca de R$ 20 bilhões.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou a assinatura do contrato para o túnel Santos-Guarujá como um marco do “espírito republicano”, reunindo a cooperação entre os governos federal e estadual. Ele ressaltou que a viabilização da obra foi possível graças ao resgate do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
“É um esforço conjunto que começou no governo do atual vice-presidente, Alckmin, aqui no governo do Estado, que licenciou a obra. E ao longo desses anos nós fomos elaborando os trabalhos para viabilizá-la. E agora eu vejo mais um antigo sonho ser realizado. E o presidente Lula tem o bom hábito de tentar realizar velhos sonhos que pareciam irrealizáveis”, ressaltou.
O ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, contou que a construção do túnel foi sugerida ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva como a principal obra do Ministério de Portos e Aeroportos – pasta chefiada por França na época.
“Eu ainda lembrei que havia recursos disponíveis dentro da Autoridade Portuária que poderiam servir. É uma obra que vai ser feita sem orçamento da União, com orçamento do próprio da Autoridade Portuária. Portanto, o Porto está devolvendo para a Baixada um pouco de tudo o que a Baixada fez pelo Porto de Santos”, salientou.
A estrutura de seis faixas de tráfego (três por sentido) – incluindo ciclovia, passagens para pedestres e espaço reservado para Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) – trará fim à espera nas filas das balsas e à dependência de deslocamentos longos por veículos, o que tornará o cotidiano menos estressante para quem precisa transitar entre as duas cidades. Além de transformar a mobilidade urbana, o túnel vai estimular a economia local e melhorar diretamente a qualidade de vida das mais de 720 mil pessoas que vivem nas cidades de Santos e Guarujá e impactar toda a região.
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços