
O Ministério das Mulheres anuncia, neste 5 de setembro, data em que são celebrados o Dia da Amazônia e o Dia Internacional das Mulheres Indígenas, o lançamento do Plano de Ações Integradas Mulheres e Clima, que será oficialmente apresentado na próxima quarta-feira (10), às 9h, no auditório do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em Brasília (DF).
O plano reúne 10 ações estratégicas desenvolvidas em parceria com outros órgãos para fortalecer a agenda de gênero e justiça climática na COP30, que será realizada em Belém (PA), em novembro de 2025. A cerimônia contará com a presença da ministra das Mulheres, Márcia Lopes, além de ministras de Estado, parlamentares, enviadas especiais e outras autoridades nacionais e internacionais.
“As mulheres, em toda a sua diversidade, estão na linha de frente da resistência às mudanças climáticas. Reconhecer gênero como pilar estratégico significa construir soluções mais justas, inclusivas e sustentáveis para o planeta e para as futuras gerações”, destaca Márcia Lopes.
Justiça climática e igualdade de gênero
A crise climática é um dos maiores desafios da nossa época. Seus efeitos – como secas, enchentes e perda da biodiversidade – atingem todas as pessoas, mas de forma desigual. Mulheres e meninas, em especial as indígenas, quilombolas, negras, rurais, periféricas e em situação de vulnerabilidade, enfrentam riscos desproporcionais. Nesse contexto, a justiça climática se revela também como uma questão de gênero, já que as mulheres têm papel central na adaptação, na resistência e na criação de soluções sustentáveis.
O Plano de Ações Integradas Mulheres e Clima parte dessa compreensão e orienta políticas públicas com foco em gênero e justiça social. O evento de lançamento marcará ainda o primeiro encontro da Articulação Nacional Mulheres e Clima, uma das ações centrais da iniciativa, reunindo movimentos sociais, especialistas e gestores públicos para potencializar soluções coletivas diante da emergência climática.
Mulheres indígenas: protagonismo e políticas públicas
O Dia Internacional das Mulheres Indígenas, instituído em 1983 em memória de Bartolina Sisa – mulher Aimará executada em 1782 durante a rebelião anticolonial de Túpac Katari –, reforça o papel histórico das mulheres indígenas na preservação da biodiversidade, na defesa dos territórios e na proteção de saberes milenares.
Em agosto de 2025, o Brasil sediou a 1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas, que reuniu cerca de 5 mil participantes de todos os biomas, com apoio do Ministério das Mulheres e do Ministério dos Povos Indígenas, em parceria com a Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA). Entre as 49 propostas prioritárias aprovadas estão a criação de canais de denúncia específicos para violações territoriais e ambientais, a instituição das Casas da Mulher Indígena e a revogação da tese do marco temporal.
A principal conquista da conferência foi a criação de um Grupo de Trabalho interministerial, coordenado pelos ministérios das Mulheres e dos Povos Indígenas, responsável pela elaboração da minuta da Política Nacional para Mulheres Indígenas (PNMI).
Também em agosto, Brasília recebeu a IV Marcha das Mulheres Indígenas, que reuniu mais de 5 mil representantes de mais de 100 povos. Pela primeira vez, a marcha ocorreu de forma integrada à conferência nacional, ampliando o diálogo e fortalecendo as lutas femininas nos territórios.
No encerramento, as participantes entregaram ao Congresso Nacional a Carta dos Corpos-Territórios em Defesa da Vida, reafirmando seu compromisso histórico com a resistência e o cuidado com a terra, e se reconhecendo como “guardiãs do planeta pela cura da terra”.
Fonte: Ministério das Mulheres